RESOLUÇÃO
agora escreve um poema bonito.
e daqui a pouco
olha para uma coisa desagradável.
agora constrói uma janela no poema
com vista para uma coisa compreensível.
vale a pena olhar.
o tempo aqui é instrutivo,
os olhos parecem formar um outro
limite, um
limite mais elegante, sem pausas
e que se autotranspõe.
agora a sua profundidade afunda-se em
ti.
os teus olhos alcançam a segurança
de um videopoema, as imagens
contêm as ilusões do mundo
e ainda se propõem à sua
adolescência.
agora é tudo muito confuso,
a resolução das coisas nunca foi tão
nítida.
Sylvia Beirute
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