Choro à hora marcada
Dispo a camisa.
Com prazer guloso,Ofereço as costas ao estalar do chicote
E choro à hora marcada.
Nas lágrimas, rendidas à gravidade,
A possibilidade do absoluto.
Nas chagas, do sangue coalhado,
A profundidade do amor.
Choro à hora marcada,
Convite feito à tristeza,
Entrego-me aos desígnios sublimes
E forço as saídas da alma.
Em esquiços pouco convictos,
Procuro a fonte de onde jorram,
Num cantar profundo,
Os altares mesquinhos do egoísmo.
Sucumbo a forças mornas,
Despedaço-me nos atalhos para lado nenhum
E choro à hora marcada.
Diniz
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