sábado, 22 de janeiro de 2011
Crónica Benzodiazepina
Cidades
Nas cidades, gosto sobretudo de ver como as pessoas se organizam, como moldam o espaço, o habitam e o fazem seu.
O que levanta uma cidade são as suas ruas e eu começo sempre por aí: perscruto-as e dou-me a conhecer. Há ruas e avenidas e há becos e travessas... Há becos sem saída e outros que 'dão para' enormes avenidas.
A cidade é um organismo vivo, e isso é muito mais do que a simples soma das partes. Quantos segredos e mistérios não esconde uma cidade? E quem pode assegurar que os conhece?
Os lisboetas parecem-se com Lisboa? Como é que isso acontece? E os luandenses com Luanda? E os moscovitas?
Quando visito uma cidade não dispenso:
- viajar de autocarro dentro da cidade, em hora de ponta (sem destino);
e ver:
- saídas de estações de metro;
- farmácias;
- mercearias;
- entradas de prédios de habitação;
- montras
- pães e bolos das pastelarias (como se chamam, a que sabem e como estão arrumados nas prateleiras;
- jardins;
- igrejas (as católicas são as que mais gosto, mas espreito todos os locais de culto, cristãos, ou não. E tenho uma curiosidade especial pelas igrejas ortodoxas);
- a configuração das ruas - os seus 'nomes';
e observar as pessoas:
- como se movimentam, vestem, cumprimentam...
- comem na rua?
- de se ocupam?
- o que fazem quando estão paradas?
Iolanda Bárria
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