quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011
Adoro olheiras! (as sombras mal dormidas de uma noite de sexo...)
Ela já se veste aos pés da cama. Conhece as minhas manhas. A forma denunciada como acaricio os lençóis ainda quentes do seu dormir.
- Despacha-te! Já viste as horas?
- Não sejas assim... E se eu não quiser ir trabalhar!?
- Ao menos dá-me boleia.
Enfio a cabeça na almofada e finjo não ouvir os seus pedidos responsáveis.
- Só saio daqui depois dela entrar.
- Ela quem?
- Aqueles olhos grandes, azuis, que me roubaram o sono. Fiquei perdido com o seu jeito de menina mulher.
Adoro gatos (e gatas), a forma como se sentam nas janelas do messenger. Adoro a gata das botas. Tocar nas suas costas com palavras. A subtileza dos seus gestos a acompanhar as minhas festinhas.
- Isso é o que dá juntarem-se almas que adoram dizer e ouvir que se amam estranhos.
- E tu? Não amas?
- Claro que amo. É adorável. É irresistível. Mesmo quando já não temos forças para apanhar mais uma desilusão. Mas dava-me mesmo jeito uma boleia para o trabalho.
- Faz-me um favor, abre um pouco a persiana. Quero sol. Quero descobrir o meu corpo à luz do dia.
Irresistível - a palavra que melhor se aplica a ti.
Empurro a cabeceira o mais que posso, a sorrir, e numa preguiça felina salto para fora da cama. Para os teus braços, para a doçura do teu corpo rosado.
- Bom dia!
DuArte
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