PARA QUÊ BARRICAR AS EMOÇÕES?
Comecei a apreciar a manhã e a brisa
que me despenteia os cabelos já de si pouco penteados. Agora, ler e
meditar, observar os pequenos nadas matinais, sentir o valor de cada
pequena coisa, ganharam sentido. A acalmia emocional tende a
instalar-me, pouco a pouco, após tantas noites de luta desenfreada
contra a sensação de vazio e de mal estar. Percebi que de nada vale
tentar barricar as emoções que, inevitavelmente, acabam sempre por
se derramar. Só o tempo pode ajudar à tranquilidade. É preciso
tempo. Tempo para viver. Tempo para esquecer. Tempo para escutar.
Agora aprecio as diferentes tonalidades
que o Tejo toma até o sol surgir por completo no horizonte. Agora
usufruo finalmente do prazer da manhã ao sol do Alentejo. Agora
estou numa pausa da minha viagem em busca do sol.
Carmo Miranda Machado
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