sábado, 18 de junho de 2011

Crónica Benzodiazepina


WHAT HAPPENS TO LOVE AFTER MARRIAGE?

Há dias, reflectia com uma amiga recém-casada sobre esta terrível pergunta. Trocávamos ideias e ela mostrou-me algumas leituras que andava a fazer sobre a problemática em questão. Eu avancei mesmo com uma outra pergunta, mais terrível ainda: And... what happens to sex after marriage? Na verdade, fiquei a pensar sobre o assunto. Quando duas pessoas têm absolutamente toda a "liberdade" e disponibilidade para se conhecerem, amare, aprofundarem o conhecimento uma da outra e "usufruirem-se", eis que surgem estas temidas questões. O pior e talvez mais irritante é que, da muita bibliografia de auto-ajuda existente sobre "como salvar o seu casamento", é maioritariamente dirigida a um público feminino (a autora diz mesmo: "I have addressed this book to women, the relationship watchdogs in our society... if you are a male reader, please accept my apologies..."), o único que, pelos vistos, tem destas angústias e sofre estupidamente, a meu ver. Senão, vejamos: o livro de Jamie Turndorf, espantosamente intitulado "Till Death Do Us Part (Unless I kill you first - a step-by-step guide for resolving marital conflict)" revela-se como um importante documento de ajuda a essas muitas mulheres que decidem tomar a peito a árdua tarefa de salvar o casamento (como se tal fosse possível)... Na verdade, apresenta um curso completíssimo de técnicas, estratégias e conselhos a utilizar diariamente sempre que confrontada com um dos muitos problemas que insistem em persistir num casamento. Exemplos: Como entender a química da luta? O campo de batalha do casamento: conflitos; Como negociar? Como negociar um contrato? e muitas, muitas outras dicas... Confesso que cheguei ao fim do livro cansada. E não acredito que depois de ler aquilo tudo, exista alguma mulher com vontade de tentar salvar o que quer que seja. E o pior é aquela revolta miudinha que ao longo das páginas se vai agudizando... afinal, e eles? Não têm de fazer absolutamente nada?


Carmo Miranda Machado

1 comentário:

Nayara Borato disse...

Olá, desculpe invadir seu espaço assim sem avisar. Meu nome é Nayara e cheguei até vc através do Blog Diálogos Poéticos. Bom, tanta ousadia minha é para convidar vc pra seguir um blog do meu amigo Fabrício, que eu acho super interessante, a Narroterapia. Sabe como é, né? Quem escreve precisa de outro alguém do outro lado. Além disso, sinceramente gostei do seu comentário e do comentário de outras pessoas. A Narroterapia está se aprimorando, e com os comentários sinceros podemos nos nortear melhor. Divulgar não é tb nenhuma heresia, haja vista que no meio literário isso faz diferença na distribuição de um livro. Muitos autores divulgam seu trabalho até na televisão. Escrever é possível, divulgar é preciso! (rs) Dei uma linda no seu texto, vou continuar passando por aqui...rs





Narroterapia:

Uma terapia pra quem gosta de escrever. Assim é a narroterapia. São narrativas de fatos e sentimentos. Palavras sem nome, tímidas, nunca saíram de dentro, sempre morreram na garganta. Palavras com almas de puta que pelo menos enrubescem como as prostitutas de Doistoéviski, certamente um alívio para o pensamento, o mais arisco dos animais.



Espero que vc aceite meu convite e siga meu blog, será um prazer ver seu rosto ali.

http://narroterapia.blogspot.com/