terça-feira, 17 de abril de 2012
Palavras Versadas
certo modo de foz
quadrante dos ombros percorrido pelo astrolábio
leme desoriente no ocaso dos raios ultraveludos
guia, amor, esta mão pelos teus seios geodésicos
lembram-me a terra saudosa e a sua madrugada bege
o seu manso lume, e que todo o lume clama água
em cada poro um verso
em cada dedo uma oração
em cada beijo uma sentença
a navegação sentenciada sem rumo, e assim navego
beijo a tua rosa dos meus ventos
levo ondas a banharem a extensão curva das coxas
invado-te de humidade absoluta
— o nome eva repercute-se na minha maçã de adão
viajo em ti traduzido numa só língua
faço de ti um leito
verto-me, converto-me
arrasto as mãos como pedras pela tua corrente
agarro-te pelas margens, beijo-te pelos flancos
vou ao fundo de ti respirar
vens ao fundo de mim desaguar
Renato Cardoso
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