Título
(natureza morta com dióspiro)
Não como pão sem sal...
(Mas sei que há quem coma. Até por precaução e receio de acidentes cardiovasculares)
O Outono é curioso, mas ainda estou à espera da chegada dos dióspiros.
Atenção aos dióspiros quase maduros,
têm um cheiro excessivamente delicado. Quase nada.
Prefiro cheiros tóxicos,
no início.
É uma cor linda, a dos dióspiros, mas por estranho que pareça considero o verde a cor mais inusitada que existe. Dependendo da tonalidade, tanto pode ser enfadonho, como sedutor e muito luxuriante, até. Mas nunca vulgar.
O meu preferido é o verde corpulento das folhas de japoneira, quando brilham à luz das manhãs geladas de Inverno.
Não é nada fácil vestir verde.
Não é nada fácil comer um dióspiro.
Iolanda Bárria
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