terça-feira, 17 de janeiro de 2012
Palavras Versadas
UNS OUTROS DEDOS, TÃO ÍNTIMOS
uns outros dedos, tão íntimos
e a partir daqui liberto-me, nada
é um espírito
por mais de um segundo.
parte de mim
parte para representar
a marcha lenta
do meu dilúvio crescente
e periódico.
e eu ligo à minha mãe
e ao meu pai
mas é um tempo passado, um passado
remoto que vejo a partir
de um futuro também remoto, um futuro
sem imagens, embora com sons,
sons que são o picotado do silêncio.
uns outros dedos, tão íntimos,
recortam pelo picotado, dizem
agora, comparam a cinza e o medo.
Sylvia Beirute
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