sexta-feira, 20 de janeiro de 2012
POEMA DE TERNURA
Ela pegava nos bichos com as duas mãos e depois vinha-mos mostrar com um sorriso traquino de gaiata nunca convencida de que o Sol brilhava nos seus olhos. Um dia eu fui à livraria da cidade e comprei-lhe um livro muito grande com estampas de animais domésticos que haviam de alegrar a sua juventude. Depois de lho oferecer ela apenas me perguntou por que é que tinham posto letras nos animais e lhes haviam chamado de domésticos e eu não soube que lhe responder. Fiquei muito sério a olhar para ela e um sorriso iluminou os nossos lábios. O Universo que tínhamos nas nossas mãos era o mundo colorido da nossa imaginação. E hoje que crescemos os dois eu nunca posso esquecer aquela linda menina loura que nasceu no campo para ser gaiata, forrar as minhas paredes de um azul muito claro e brincar com os meus cabelos chamando-me Papá.
Paulo Brito e Abreu
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