domingo, 12 de fevereiro de 2012
SETE DIAS VEZES POESIA (VI)
AMAR EM PEQUIM
seguir as regras do improviso.
evitar as metáforas.
o abc imaginário.
amar em pequim.
e a sucessão de factos.
a sucessão de factos
faz-me respirar as estranhezas
nos olhos.
um vazio separa um reconhecimento.
o amor tem aqui a sua pequena reserva.
a última palavra.
e é abstracto.
e existe em protesto.
é amar em pequim
com os meus finais tão óbvios.
e uma pequena alteração
é frequentada por uma
grande alteração.
e o que existe? o que sucedeu ao morador
na minha criatividade?
como sobrevive um amor não criativo?
a tempestade de areia
também segue as regras
do seu improviso.
a cómoda situação do resto do mundo
é assinalada
pela cor azul eclecticamente misturada
como o romance entre dois números.
não é possível.
como é possível?
há um pouco de morte aqui
ou então um pouco de felicidade,
felicidade
em quantidade tão diminuta
que só torna ainda mais presente
o seu inverso.
pequim é um vírus.
o seu autodesconhecimento
é a minha arte.
o meu desprezo pela
utilidade prévia de todas as coisas.
e sigo as regras do seu improviso.
evito as metáforas.
o abc imaginário.
sei amar em pequim.
conheço qualquer lugar.
Sylvia Beirute
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