quinta-feira, 22 de março de 2012


Não é à toa que se chamam gralhas, Paulina Dias

Os escritos da Paulina Dias têm gralhas. Nunca mais do que uma por escrito. O quanto baste.
Paulina fá-lo de propósito, pois gosta de brincar com a língua.

Alguém já disse baixinho que é um tipo específico de dislexia "e até se pode tratar". Outros, maldosamente, insinuam "excessos e até desconsiderações de língua".
Não vou comentar.

Os escritos da Paulina Dias devem ser lidos sem negligências. Dá trabalho. Custa. Ela até graceja: "Não falta quem escreva, o pior é ler!" Mas isso é ela a brincar, porque a verdade é outra, bem mais dura e exigente: horas e horas de trabalho a dedilhar no teclado, ensinar os dedos, treiná-los um por um a deslocar uma letra aqui, acrescentar ali, eliminar mais à frente.  Ops, gralha!  Automatismos que escapam à vista e ao entendimento da própria Paulina. Uma gralha no local certo e logo os leitores num mar de dúvidas: "será isto, será aquilo, o que quer dizer?..." Não lhe perguntem porque ela também não sabe. E os dedos não esclarecem.
(Quem lê é que se trama. Sempre).
Paulina tem a língua portuguesa na ponta dos dedos. Literalmente! Ensinou-lhes tudo o que havia a ensinar e não tem mão neles. É isso que verdadeiramente mexe com ela.


Iolanda Bárria

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