domingo, 1 de maio de 2011
NO DIA DE TODAS AS MÃES... (I)
DIA DA MÃE
mãe.
por dentro da mãe o filho habita o mundo, por fora
um sorriso alto, caminhos de sangue.
e eu penso que o nada pode ser outra coisa.
esse azul coagulado no trono de uma reticência etérea,
que se debruça por onde o leite da linguagem
enche um copo. pelas aves envio
o silêncio em pedra. onde os lugares ardem
no seu movimento impossível. construo
a morte que espreita pela própria agonia
e flores, as doces flores que se abrem
até ao centro da estufa do seu umbigo.
seu sonho delicado em círculo, mãe,
consagrando a fala lírica que se funde
em sílabas novas. sem direcções impressas.
e eu penso que o nada pode ser outra coisa.
e eu dei-te nadas no espírito de outra coisa.
Sylvia Beirute
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