terça-feira, 9 de agosto de 2011
Palavras Versadas
POESIA
Poemas nem pó!
Não escrevo sobre a nostalgia.
Não escrevo sobre o meu estado de espírito
Só escuto os ouvidos do mar.
Só me lembro de querer chegar para nunca mais partir.
Perto da chegada a infância longe da morte.
Perto dos desejos o teatro.
Perto do sul lentos os lábios.
Perto das lágrimas a saudade
em sopros de sal de vento azul forte.
Ou então só escrevo uma vontade.
Uma página inteira de olhar.
Uma voz engasgada na alma do ventre do norte.
Ou então só escrevo um beijo
sem espuma, sem oceano
no silêncio a esvoaçar.
Um pedaço de poesia ainda aceso
mas que inevitavelmente o tempo apagará.
Uma palavra de esperança, um adeus
e mais nada.
João Belo
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