Zacarias
Gostava de flores, mais precisamente, dos seus inebriantes aromas. Jamais saía à rua sem uma flor natural na lapela. Desgraçadamente, não tinha o mínimo jeito com elas. Todas as que plantou no seu pequeno jardim morreram antes de florir. Assim, comprava belos arranjos que espalhava pela casa, passeava-se por jardins públicos e privados, sempre de faro apurado e, para desespero e irritação da sua mulher, passava subtilmente por velórios de desconhecidos só para poder sentir o cheiro das suas amadas flores. “Ó homem de Deus, mas tu não vês que as flores dos velórios até cheiram a morte?” Ela não comprendia. Uma flor é uma flor seja em que local for, o aroma que solta não se altera consoante a sua localização geográfica.
" - Será mesmo, Zacarias?"
Missanga
Sem comentários:
Enviar um comentário