sábado, 17 de março de 2012
Crónica Benzodiazepina
Do riso e da lamentação
Sempre me pareceu que o provérbio “muito riso pouco siso” foi inventado por alguma beata de igreja, completamente virgem e intimamente ansiosa por se entregar nos braços da luxúria. Tão intimamente que nem ela própria teria completa noção de tais desejos. Deixando a beata de lado, e passando ao riso, que tão bem faz à alma, gosto de me rir por tudo e por nada. Gosto quando o riso vem cá de dentro e, indomável, toma conta de mim. E é das poucas coisas boas que é contagiante. E gratuito. Não há troika que me impeça o riso (a não ser quando metem as patitas no dinheirito, fruto do meu trabalho, e que devia ir parar à minha conta bancária). De resto, continuo a rir-me da vida, de mim, dos meus amigos, das desgraças que me acontecem, das coisas boas que vou vivendo, dos livros, dos filmes, das minhas certezas inabaláveis que de repente deixam de o ser. E só não me vou rir da beata porque, na verdade, a lamento!
Missanga
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