ENTARDECIMENTO
nada pior do que entardecer
na infância de qualquer pequeno nada.
não soube guardar a criança.
não soube iluminar o silêncio
com palavras anónimas.
é uma espécie de lado inverso
da felicidade (o lado mitológico das
cidades, como diria al berto).
e eu fi-lo.
vivi intensamente e fabriquei coisas
com palavras que também elas
viviam intensamente.
e entardeci como o retrato que
envelhece
com o rigor do tempo,
com o lado didáctico da questão
séria.
e a criança apareceu hoje, vi-a no
sorriso
de uma outra, feliz, muito feliz.
de uma outra, feliz, muito feliz.
Sylvia Beirute
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