Rendição
Aprendo diariamente o difícil processo
de aceitação. As coisas negativas que têm acontecido ultimamente
transportam consigo uma lição profunda que me tenho recusado a
perceber. Mas já é hora de ler os sinais. E eles estão, todinhos,
à minha frente, aguardam leitura. Idealizei, sonhei e foi esse o
meu pior erro. De que valem os sonhos quando a realidade é que é?
Só posso avançar depois de uma
catarse completa. E essa, passará pelo perdão e pela aceitação. E
não vou oferecer resistência a mais nada na minha vida. Por baixo
da tristeza, aprendi a aceitar com serenidade. Acabaram-se os dramas.
Estou plenamente consciente e, por isso, deixei de estar em conflito.
Passei por um ciclo de insucessos, em
que todas as coisas se esvaíram, se esfumaram, e as poucas que
pareciam resistir, começaram aos poucos a desintegrar-se. Vou
deixá-las ir. Sem resistências. Não posso recusar o fluir da vida.
Tenho de aceitar a natureza impermanente de todas as coisas e de
todas as condições.
Já viram alguma flor infeliz? Algum
carvalho com stress? Algum golfinho deprimido? Alguma rã com
problemas de auto-estima? Algum gato que não relaxe? Algum pássaro
que transporte ódio e ressentimento?
Rendo-me. Rendi-me. E contrariamente ao
que eu pensava, agora sei que é precisa muita força espiritual para
nos rendermos.
Carmo Miranda Machado
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