GUERREIROS DO AMOR
Na verdade, o que todos queremos é
colo. Andamos todos a perseguir o mesmo sonho: Amor. Explica-se assim
a angústia que se apodera de nós quando percebemos que tudo se
resume a essa necessidade primordial. Alguns encontraram-no e
perderam-no. Outros encontraram-no e não o quiseram. Outros ainda
nunca o viram. E há os que, não sabendo exactamente de que se trata
tal coisa, ou que formas pode tomar, desconhecem mesmo se o quererão
agarrar se o encontrarem. Há quem desconheça a arte da entrega,
quem não saiba o que quer, quem não saiba o que procura, quem nunca
tenha encontrado Amor. Este desconhecimento faz, segundo um amigo
meu, todo o sentido. Afirma: "Já viste a seca que seria a nossa
vida se soubéssemos exactamente o que queremos e andássemos
satisfeitos?" Para ele, a magia da incerteza está sempre lá.
Acompanha-o. E vive um ciclo permanente de encontros e desencontros
que se sucedem. Quando sabe que o outro está lá, de pedra e cal, à
sua espera, começa inconscientemente a sentir que ganhou essa
batalha e, qual guerreiro de uma guerra perdida, inicia imediatamente
uma nova conquista.
Não sabe ele, não sabe quase ninguém,
que "não é fácil encontrar a felicidade dentro de nós mas é
impossível encontrá-la noutro sítio".
Carmo Miranda Machado
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