Um cobarde
O sentimento mais decepcionante que
conheço é a cobardia.
A cobardia é um poderoso elemento que
atrai todos os demais sentimentos negativos, tornando o homem
mentiroso, dissimulado, esquivo, ambicioso. Idiota e pequeno,
muito pequeno, de uma pequenez provavelmente só compatível a um
rato.
O cobarde odeia em silêncio, vive em
comodismo e mata em pensamento. O cobarde esconde-se por detrás de
sentimentos e de pessoas que nada têm a ver com o que sente, isto é,
a dura e penosa e profunda consciência dessa sua pequenez
alucinante.
O cobarde é vil; o cobarde tem um
sorriso amarelo; o cobarde tem olhos fugidios;
o cobarde não ama, acomoda-se ao que melhor lhe convém, pois amar é arriscado demais para alguém tão ínfimo como ele; o cobarde não resolve nada porque não tem coragem de assumir a responsabilidade pelos seus actos; o cobarde não desperta o sentimento das pessoas, porque entra e sai sem que ninguém se aperceba; o cobarde não gosta que os outros despertem sentimentos que ele não é capaz de despertar.
o cobarde não ama, acomoda-se ao que melhor lhe convém, pois amar é arriscado demais para alguém tão ínfimo como ele; o cobarde não resolve nada porque não tem coragem de assumir a responsabilidade pelos seus actos; o cobarde não desperta o sentimento das pessoas, porque entra e sai sem que ninguém se aperceba; o cobarde não gosta que os outros despertem sentimentos que ele não é capaz de despertar.
Em suma, um cobarde não é nada!
Assim, como se pode odiar a própria personificação da
inexpressividade?
Carmo Miranda Machado
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