sábado, 3 de dezembro de 2011

Crónica Benzodiazepina


A dita-dura lei dos super-mercados

Há dias em que olho para o mundo e não consigo evitar a sensação de que está tudo louco.
As agências financeiras e os mercados passaram a ditar o modo como cada país deve gerir as suas finanças e, consequentemente a sua política social. Os ditadores, que antigamente eram de carne e osso, tornaram-se entidades abstractas que impõem ditaduras às sociedades ditas democráticas.
O racismo e a intolerância para com a diferença crescem desmesuradamente. Surgem loucos de extrema direita que querem limpar a Europa, que almejam a uma Europa livre de muçulmanos, de negros, de homossexuais e de todos os cidadãos que não sejam da mais pura casta do conservadorismo europeu.
O que eu realmente queria era ver a Europa livre de gente louca, gente capaz de assassinar a sangue frio dezenas de pessoas, gente que se acha superior porque tem a pele clara e porque professa uma qualquer religião cristã e em nome dela mata, sem remorsos.
A pluralidade cultural sempre me fascinou. Não gostaria de viver numa Europa fechada a outras culturas. Gosto de passear por Lisboa, de a ver cheia de cores e de ritmos de países longínquos. Não acho, como muitos, que os imigrantes roubem o trabalho a ninguém. Acho, isso sim, que eles fazem o trabalho que os outros não querem fazer. Há bandidos entre os imigrantes? Há muitos, certamente. Do mesmo modo que há bandidos entre os naturais de qualquer país europeu.
Ah, e se não for pedir muito, mandem à merda os mercados e as agências financeiras!


Missanga

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