terça-feira, 3 de abril de 2012

Palavras Versadas


AMADA LISBOESA

Ao lado da camisola, há rendas e fitas,
E o vento já rápido sopra nas varandas…
As janelas abertas, brancas e bonitas,
Mostram a cores de som as suas fulvas bandas.

As mesas listram-se, conforme em espirais
As taças de chá sobre elas lentas pousam,
E tapeçarias, à noite, são nácar, nupciais,
E ninfas da nave são brancas, e ousam.

Do cheiro que o Ar emana e da virtude que lhe sobeja,
Uma rútila rosa em luz e oiro brilha;
Irrealizam-se as cores, parte-se a bandeja,
O cavalo negro voa… não tem fim a maravilha!!!

O relógio a bater parte-passa uma cadência,
Aladas tílias aliam, não tem pausa o festival;
Ciganas, Cristinas, são Crato, e na ciência,
Ah, que lindo olor, tu és feito de cristal!!!

Uma cousa é brisa em mim, e bem medieval,
O castelo alado a bronze é roubado puro em Espanha;
Eu sou linda porcelana e brocado mais real,
Pátio de marfim que o Tejo sempre banha…


Paulo Brito e Abreu

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