A
vida é uma festa
Há
dias em que acordo com a convicção absoluta que o mundo é uma
festa, que a vida é uma dádiva preciosa e que tenho o dever de ser
o mais feliz possível. Habituei-me, desde cedo, a não depositar nos
outros a responsabilidade da minha felicidade. Nem sempre é fácil.
Nem sempre quero admitir que se as coisas me correm mal, talvez seja
porque não me esforcei tanto como podia. Nem sempre me apetece
aceitar que, na maioria das vezes, quando alguém me trata com menos
consideração, foi porque eu o fui permitindo. É sempre mais fácil
colocar as culpas nos outros, no azar, na vida, no acaso. Todas as
acções, mesmo as passivas, provocam reacções. A vida, os outros,
retribuem-me exactamente aquilo que eu dou, aquilo que eu permito. É
verdade que há verdadeiros azares e pessoas com má índole. Como
também existem golpes de sorte e anjos no meu caminho. Uns contrabalançam
os outros. O resto, o dia-a-dia, é o reflexo das minhas escolhas,
das minhas vontades conscientes ou inconscientes. Pesando tudo, tenho
muitos anjos junto de mim e a vida é realmente uma festa.
Missanga
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