domingo, 13 de novembro de 2011

OS CINCO SENTIDOS - E O SEXTO-SENTIDO (VII) - Crónica Benzodiazepina


O equívoco dos sentidos

Há coisas que sabemos simplesmente, porque sim. O processo que nos leva a esse conhecimento, apesar de nem darmos por ele, não é assim tão simples. Imaginemos um pacato jantar com uma dúzia de amigos e conhecidos. No decorrer do jantar, os nossos sentidos captam todo o tipo de informação: aromas, paladares, gestos, semblantes, olhares, tons de voz, atitudes, silêncios, subtilezas. Muita desta informação fica registada no nosso consciente. Contudo, captamos também, de modo inconsciente uma variedade quase ilimitada de informação que fica devidamente armazenada no nosso cérebro. Nem sabemos que a possuímos até precisarmos dela, até tomarmos uma atitude que percebemos não ter nada de concreto a suportá-la mas que nos parece a mais correcta, sem sabermos muito bem porquê. É o sexto sentido, ou pressentimento, ou intuição ou, em inglês, “feeling”. Não é proveniente de artes mágicas ou de poderes sobrenaturais. Não se adquire numa qualquer loja de esoterismo. Existe, simplesmente, em cada um de nós. Envolve a comunicação entre os dois hemisférios cerebrais: o esquerdo, racional, onde são armazenadas todas as coisas concretas - números, palavras e regras; o direito, responsável pela linguagem não-verbal - símbolos, imagens e sensações. Relacionar os dois é intuir.
Quantas vezes sabemos intuitivamente coisas que preferíamos não saber? Quantas vezes ignoramos o nosso sexto sentido porque queremos continuar a viver uma ilusão qualquer? Muitas.
Estarão os pressentimentos sempre correctos. Provavelmente não. A informação é transmitida ao cérebro através dos nossos outros sentidos. E os nossos sentidos podem também enganar-nos…


Missanga

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