sexta-feira, 13 de janeiro de 2012


Sinceramente, quero que sofras. Sim, quero que sofras (intensamente). Quero que te contorças no chão de tanta angústia que te consome, quero que desesperes, quero que te julgues morrer aos poucos, quero que pese em ti todo o mal impingido e quero que sintas a lucidez fugir-te por entre os dedos das mãos já frias. Enxerga-te, diz-me o que vês. Conheço em ti um rosto velho e vazio, sem vida. Um rosto que não sabe sentir, não sabe chorar, não sabe ver, não sabe viver.

Sim, quero que sofras (profundamente) e que lamentes tudo o que foste, tudo o que és, tudo o que serás. Porque no fundo... No fundo tu bem sabes que vagueias por aí e invejas e roubas tudo o que não tens, tudo o que não és, e tudo o que és incapaz de ser.

Sinceramente, eu quero que sofras...

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