quarta-feira, 13 de junho de 2012


Modo-errata

Conduzo-me através dos dias a trezentos estados emocionais por minuto. É por essa razão que quando penso que detesto o alter-ego pedante e pretensioso que habita em mim acabo por escrever que o adoro. Era ele a escrever por mim. Em modo-errata, entre a realidade que se ousa ter e a vida que se ousa sonhar, cerro as pálpebras e sinto-me rodopiar. Nada me detém. Todo eu sou movimento. É uma chama a sussurrar por dentro. Esqueço-me então que habito numa paisagem de aridez extrema e quebro, imóvel, diante do momento. Não sei se grite, não sei se fume. Certo, é que tenho a alma cheia de lume.


Bruno Vilão

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