FELICIDADE
Por vezes, penso que sou feliz. Hoje,
por exemplo, acordei com sol, o que à partida é meio caminho andado
para a felicidade; celebrei o aniversário da minha mãe, o que
também me deixa radiante; e até consegui, com relativa facilidade,
antever uns dias de férias. Possuo, desta forma, e de acordo com as
mentes mais pragmáticas, todos os ingredientes necessários para a
dita cuja.
Ora bem, a verdade é que tenho dias.
Como a Cecília Meireles, tenho fases, tal como a lua. E tanto posso
acordar com a sensação de que as torres gémeas voltaram a cair,
como com a ideia de que tudo é fácil, porque para mim tudo é
possível.
Uma vez confessei sentir-me feliz. Foi
um desabafo, num daqueles dias em que acordo plena de energia e grata
ao universo por existir. E leve. Extremamente leve (o que para mim é
um grande sinal de felicidade). Mas alguém me disse (não me lembro
já quem) para ter cuidado com o que dizia. É verdade que há
pessoas que cultivam a tristeza. Mas, não é bem o meu caso. Nada me
agrada mais que umas boas gargalhadas decorrentes de uma boa dose de
non sense. E tenho, felizmente, alguns amigos/amigas peritos nisso.
Confesso, porém, que há dias em que sinto escurecer por dentro. Mas
faço sempre o possível (e o impossível) por renascer no dia
seguinte, logo de manhãzinha.
Carmo Miranda Machado
Sem comentários:
Enviar um comentário