Modo-errata
Conduzo-me através dos
dias a trezentos estados emocionais por minuto. É por essa razão
que quando penso que detesto o alter-ego pedante e pretensioso que
habita em mim acabo por escrever que o adoro. Era ele a escrever por
mim. Em modo-errata, entre a realidade que se ousa ter e a vida que
se ousa sonhar, cerro as pálpebras e sinto-me rodopiar. Nada me
detém. Todo eu sou movimento. É uma chama a sussurrar por dentro.
Esqueço-me então que habito numa paisagem de aridez extrema e
quebro, imóvel, diante do momento. Não sei se grite, não sei se
fume. Certo, é que tenho a alma cheia de lume.
Bruno Vilão
Sem comentários:
Enviar um comentário