O PERDÃO CEGA DENTRO DO SANGUE
O perdão cega dentro do sangue que voa
A jangada comprime-se entre o paladar
justo das pálpebras
Agarro o vento entre dentes
e cuspo tratados, duendes, crenças e
lágrimas cansadas
O perdão sangra acima da jangada
pálida
A navegação entorna o mar dentro dum
trago esventrado
Agarro o vento entre as pálpebras
e salivo dentes, capitais, poemas, aço
e dores cessadas
Do teu olhar trespassa a solidão e
pobreza dos deuses
e abro a boca e pandoro-nos
perdoando a cegueira sanguinária do
teu estertor utópico
porque sentir só tem um sentido: de
nós para nós
Miguel Barroso
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