Adeus tristeza
Não me lembro se já escrevi sobre
ele, mas a verdade é que tenho por ele uma enorme admiração. Ele,
neste caso, é o Professor Júlio Machado Vaz. Já tive oportunidade
de falar com ele, numa tertúlia, e a admiração que já sentia,
aumentou. Gosto do seu riso franco e bem-disposto, da maneira como
coloca as questões e as desmistifica. Simplicidade é o termo que me
ocorre. De vez em quando espreito o seu blogue e é sempre um prazer.
Hoje encontrei um post antigo, onde escreve: A tristeza tornou-se
obscena (…) numa sociedade que abomina a angústia e a degola à
força de pastilhas…
Não posso deixar de pensar sobre isto.
Estar sempre triste pode ser um indício de algo mais grave. Estar
triste de vez em quando faz parte. Quando a tristeza chega – e,
inevitavelmente, ela acaba sempre por chegar - por vezes tento
enganá-la, não com a pastilhinha mágica, mas nas lojas. Faz bem à
alma (e mal à carteira). Há alturas em que funciona. Quando é uma
tristeza maior, acabo por me render e deixá-la ficar uns tempos,
sabendo sempre que está de passagem. Não lhe dou confiança para se
instalar definitivamente. Se tenho de senti-la, sinto-a, vivo-a, e
depois deixo-a ir. Há sentimentos que não podemos evitar e só nos
resta aprender a melhor forma de lidar com eles. E isso só se
aprende vivenciando-os.
Missanga
1 comentário:
Como é possível reconhecer o Céu, sem conhecer o Inferno?
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