terça-feira, 2 de outubro de 2012

Palavras Versadas


prometeu

hoje, no céu
a estrela decadente
quando trilhava
um percurso de combustão

outrora noiva, no véu
corpo teve voz de gente
e desde respirava
rasto até à exaustão

nada mais se morreu
qualquer planeta lhe é ausente
é de ser caverna cava
a alegoria de plutão

por que será, prometeu
querer guardar ardente
tudo que o fogo agrava
se nos carboniza a mão?

e do carvão
ela foi o zeus seu
o meu
olimpo lavado inocente
titã feita incandescente
a coragem sonhada lava
sonho que dissolve o vulcão
que montanha te acorrentava?
não me perdias na corrente
se nenhum castigo te dava
por fazeres do fígado coração


Reanto Filipe Cardoso

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