sexta-feira, 2 de dezembro de 2011
Adeus
Chegou a altura de nos despedirmos, fiel amiga. Nos teus braços adormeci por noites a fio. Inspiraste-me nos mais profundos poemas e acompanhaste-me em todos os soluços , em todas as quedas, em todas as despedidas. Mas não sentiriei a tua falta. Ironicamente pode ser assim ingrata a natureza humana. Lembrar-me-ei de ti, primeiro com carinho e depois como quem se lembra de um rosto que perdeu a nitidez por entre as brumas do esquecimento. Mas não sentirei a tua falta, garanto-te! Não chorarei aquela tepidez com que me embalaste, nem as tuas carícias no meu rosto vazio. Não esperarei pela tua companhia, essa que em tantos momentos foi a única que tive. Mesmo sabendo-o, não me lembrarei de ti. E dito isto, resta-me dizer-te adeus: Adeus, tristeza!
Lucinda Gray
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