sábado, 31 de dezembro de 2011

O ÚLTIMO DE 2011 - Crónica Benzodiazepina


A ARTE DE PASSAR O ANO SEM PASSAS

Pois é. Ando a tentar passar a noite de fim de ano sem que me obriguem a comer aquelas estúpidas doze passas e, ainda por cima, a ter de inventar apressadamente doze desejos que nunca se concretizam. Não sei porquê, mas as festas de passagem de ano deprimem-me. Não suporto ver a histeria que antecede o bater das doze badaladas e muito menos o ar decadente que se apodera de todos após a meia noite. Os fatos desfeitos, os pisos escorregadios do champanhe entornado, os olhos borrados das lágrimas que resultam das bebedeiras ou das ganzas ou da constatação de que aquilo é tudo, tudo, uma grande fantochada... Enfim, um rol interminável de coisas que prefiro não ver.

Cá por mim, há muito que me deixei disso. Ou viajo. Ou então, se fico em casa, adormeço, o que à partida é muito bom. Ou, em alternativa, estendo-me no sofá a ler qualquer coisa e adormeço também...

Confesso no entanto que imagino algumas situações em que gostaria de me encontrar quando um ano passa a outro. Mas não vou partilhá-las agora com ninguém! ah ah ah


Carmo Miranda Machado

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