sábado, 5 de novembro de 2011
OS CINCO SENTIDOS - A VISÃO (III)
Considerações nada concisas sobre o excesso
Ludovico não era um desses homens vulgares. Era um homem feio.
“ - Desumano, de tão feio”, ouvi-as dizer, entretidas a descaroçar frutos difíceis para a geleia.
Há algo nas pessoas feias que nos faz querer continuar a falar delas e sobre elas e eu não estou muito certa sobre a razão disso. Deve ser do excesso. Como não prestar atenção ao que nos ultrapassa?
Ludovico era um homem feio e não deixou a Lourença outra alternativa senão a de sucumbir ao excesso e cair desamparada numa paixão que elas diziam louca, mas que se veio a revelar cega.
Iolanda Bárria
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