quinta-feira, 17 de novembro de 2011
Penso, logo persisto
A minha experiência é a de que é impossível calar os pensamentos. Tentar calar os pensamentos é dar-lhes uma importância que não têm, é dar-lhes ainda mais poder sobre mim.
Pensamentos são como nuvens. Umas são brancas e têm formas atraentes, outras são escuras e auguram temporais. Nem umas nem outras são reais. Sem o meu apego, os pensamentos voltam para o mesmo nada de onde surgem.
Ainda é enorme o meu apego aos pensamentos. Tudo o que percebo foi construído com eles. Abdicar dos pensamentos é abdicar de quem o eu imagina ser, quem os outros são, é abdicar do mundo percepcionado. Abdicar dos pensamentos é dizer não ao passado e aos planos para o futuro.
Testemunho os pensamentos como um céu nublado, sempre à espreita de uma aberta. Sei que a minha identidade não está neles, mas depois das nuvens, depois do azul, depois do sol.
DuArte
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