geometria do voo num canto de cisne
navegar no compadrio das forças
americanas
ir pelo ar a todo o gás pimenta e sal
“quê-bê”
perseguir uma lua de melpoméne
desacreditada
mergulhar no pigmento do céu entre os
diluentes
diluir-me até realçar uma única cor
activa
ser terra verde alface tenra como pano de
fundo
despir-me da natureza desta idade nédia
perder-me na esperança de não ser
o cinzentão
sorver os escapes livres do perigo de
incêndio
acender a última cinza de um condenado
que jaz
anónimo sentado numa fé de electrocutado
sendo enquanto a vida espera pela corrente alterna
resta-me fazer círculos de fumo entre o pó e o carvão
engolir os nós da garganta atravessada
por uma secante
erguer a voz ao desencanto e antever
uma alma de cisne
cuja vocação para o canto era
tangencial
Joshua Magellan
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