O ser dos meus dias
Há
dias raros em que tudo são inexplicações. Dias em que acordo
atónita, como se uma tempestade me devassasse as entranhas. Dias em que
nada faz sentido. Dias em que duvido de tudo, em que questiono tudo.
Dias em que deixo a solidão entrar-me na alma e fico só a olhar por
entre as lágrimas.
Há
outros dias, menos raros, em que tudo parece ser tão evidente. Em
que tudo parece arrumado no devido lugar, como se nem pudesse ser de
outro modo. Dias em que a hesitação, o medo e a tristeza não são
convidados e a vida flui, leve.
E
há os dias de busca, de procura. Dias em que acordo com vontade de sustentar o mundo na palma das mãos e desvendá-lo. Dias gloriosos que
me enfeitiçam com poentes de assombro, palavras envoltas em magia,
brisas suaves que sussurram segredos.
Que
dias prefiro? Não sei, de facto. Todos eles me acrescentam, todos me
completam, todos fazem de mim aquilo que sou e aquilo que serei…
Missanga
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