Para lá de
Não tenho culpa de ter asas no
pensamento. Daquelas que me elevam para lá das nuvens, para lá dos
limites da razoabilidade, para lá de qualquer galáxia ousadamente
sonhada. Não tenho culpa se a razão, essa bastarda, nada me diz, em
nada me orienta. Não tenho culpa de preferir flutuar por cima de
tudo isso a ter os pés estancados no plano das coisas terrenas. Não
tenho culpa de não pensar racionalmente nas coisas para lhes alargar
o âmbito palpável. Prefiro-as assim. Moldáveis e flutuantes. Pois
a lógica da razão alaga-me de coisas instáveis e inquietantes.
Bruno Vilão
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