sábado, 1 de setembro de 2012

Crónica Benzodiazepina


Circular é morrer

Morre-se muito nas estradas portuguesas, sendo diversos e distintos os factores que contribuem para este grave problema nacional. A grande maioria dos acidentes rodoviários são provocados por erro humano, nomeadamente por velocidade excessiva, manobras perigosas, condução sob efeito de álcool ou drogas, falta de civismo, entre outros. A não utilização dos sistemas de segurança obrigatórios (cintos, capacetes, cadeiras infantis) é um outro factor que faz aumentar exponencialmente o número de vítimas mortais em sinistros rodoviários. Há, no entanto, acidentes que têm a sua origem no mau estado ou má concepção das estradas e na sua deficiente ou inexistente sinalização. Não será pois justo imputar as culpas dos números negros de acidentes rodoviários somente aos condutores, cabendo-lhes, no entanto, a fatia mais grossa de responsabilidade. A actuação dos organismos competentes deveria pautar-se por um desempenho muito diverso do que tem vindo a ser feito, não se demitindo das suas responsabilidades e fazendo campanhas adequadas e agressivas, que mostrem, brutalmente e sem rodeios, os efeitos nefastos dos acidentes. As multas podem influenciar o comportamento de alguns condutores, mas não são suficientes para mudar toda uma cultura de condução (mal) implementada, devendo a punição para pessoas condenadas criminalmente neste cenário, passar pelo trabalho cívico com sobreviventes mutilados de acidentes. É difícil mudar mentalidades e hábitos (mal) adquiridos mas, tendo em conta os benefícios que poderiam ocorrer ao serem postas em prática algumas medidas mais agressivas, certamente valerá a pena o esforço. 


Missanga


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