Morre-se muito nas estradas
portuguesas, sendo diversos e distintos os factores que contribuem
para este grave problema nacional. A grande maioria dos acidentes
rodoviários são provocados por erro humano, nomeadamente por
velocidade excessiva, manobras perigosas, condução sob efeito de
álcool ou drogas, falta de civismo, entre outros. A não utilização
dos sistemas de segurança obrigatórios (cintos, capacetes, cadeiras
infantis) é um outro factor que faz aumentar exponencialmente o
número de vítimas mortais em sinistros rodoviários. Há, no
entanto, acidentes que têm a sua origem no mau estado ou má
concepção das estradas e na sua deficiente ou inexistente
sinalização. Não será pois justo imputar as culpas dos números
negros de acidentes rodoviários somente aos condutores,
cabendo-lhes, no entanto, a fatia mais grossa de responsabilidade. A
actuação dos organismos competentes deveria pautar-se por um
desempenho muito diverso do que tem vindo a ser feito, não se
demitindo das suas responsabilidades e fazendo campanhas adequadas e
agressivas, que mostrem, brutalmente e sem rodeios, os efeitos
nefastos dos acidentes. As multas podem influenciar o comportamento
de alguns condutores, mas não são suficientes para mudar toda uma
cultura de condução (mal) implementada, devendo a punição para
pessoas condenadas criminalmente neste cenário, passar pelo trabalho
cívico com sobreviventes mutilados de acidentes. É difícil mudar
mentalidades e hábitos (mal) adquiridos mas, tendo em conta os
benefícios que poderiam ocorrer ao serem postas em prática algumas
medidas mais agressivas, certamente valerá a pena o esforço.
Missanga
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