quarta-feira, 1 de agosto de 2012



Damn you, Ted Mosby

Não é por ter a mania de ser um intelectual das letras que prefiro a imensidão das palavras dos livros ao facilitismo direccionado da televisão. Na verdade nunca lhe liguei muito e praticamente só a uso para chamar o sono.

O que é certo, é que o “querido” do Gonçalo, após várias promessas, lá me passou as três primeiras temporadas completas da série “How i met your mother” (e vai começando a preparar-me a quarta, rapaz) e não consigo parar de ver. Ouço os livros a bradar da estante, rabugentos, uns chegam mesmo a saltar, desesperados com a pouco usual falta de atenção.

Mas não há hipótese. Sorvo os episódios de vinte e dois minutos sofregamente e passo os dias a pensar na diferente reacção das personagens perante cada cenário real que se apresenta à minha frente.

Com a inusitada capacidade que tenho de me rir de mim próprio, lanço as mãos à cabeça quando me relembro que passei (há muitos, muitos, muitos anos) pela “Fase Marshall”, sinto uma alfinetada na consciência pelos anos vividos na “Fase Barney”… e deixo escapar um semi-sorriso irónico ao perceber que entro na “Fase Ted Mosby”. E isso perturba-me. Porque nunca fui emocionalmente vulnerável nem quero ter de esperar para ver o que o destino me reserva. E sinto esta coisa estranha crescente que me alaga de ímpetos para actos neuróticos, certamente intimidantes para gentes circundantes, que me poderão considerar um psicótico desgovernado.
Damn you, Ted Mosby! 


Bruno Vilão

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