terça-feira, 28 de agosto de 2012

Palavras Versadas



O teu candeeiro fugiu
deixou apenas os murmúrios das conversas
que a meio demitimos.

Deixou a água podre dos
nossos corpos suados

O teu candeeiro
deixou-nos em fuga
da nossa própria luz.

Abandonou a carne fria, nua, louca

Fez-nos alquimistas :

- a cantar fogueiras no fundo do mar
- a plantar montanhas inacessíveis
- a sangrar dos lábios que diziam sim
- a lançar pedras ao azul infinito
- a lamber baloiços estáticos
no eco da escuridão

Mas,
mesmo assim, paremos...

eu compro-to outro
e ilumino-nos

uma e outra vez


Mguel Barroso

Sem comentários: