sábado, 26 de junho de 2010
Em seu nome recuso
Aqui já não há razão, tão pouco rima. Em seu nome, recuso continuar a defender-me. Nunca foi preciso. Para quê explicar-me? Explicá-lo? Sou transparente, assim nublada. Finalmente encarnei verbalmente o Inverno, tão necessário à Primavera. Desejo inteligência para encarnar, conscientemente, essa dinâmica. A da morte e vida. A vida em morte e a morte em vida, eterno namoro. Essa repulsa, esse medo.
Voar que nem folha de Outono por essa dinâmica cósmica. Borboleta fora do tempo. Fútil? Louca? Desadequada? Por que não? Mas também… por que sim?
Por que chão vos tendes tão seguros se o próprio mundo onde esse chão que vos segura flutua no espaço e gravita em torno de uma estrela? Repito. Em torno de uma estrela. Moribunda, dizem. Pudera! As estrelas são como as fadas… É preciso acreditar.
Que chão é esse que vos sustém, e vossas regras, de forma tão impiedosa, tão implacável? Estarão assim tão seguros do certo e do errado?! Ou essa segurança é equivalente à firmeza desse mesmo chão? Esse, o flutuante no espaço negro de um universo em expansão?
Já ninguém mata ninguém com cicuta. Fomos vetados a insectos do espaço! Esqueletos vaidosos! Tolos.
Ah! Tomara a inteligência de uma rã, que ao coaxar me embala, me adormece. Aceito a dádiva com gratidão de irmã. Sei que faz ela mais por mim do que muitas mães por seus filhos.
Vivo na Lua, dizem-me aqueles que me amam. Uns desejando que lá me mantenha, pela salvação de suas almas, outros desejando que desça à sua terra, ao seu chão, para que sobreviva.
Lucinda Gray
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