quinta-feira, 7 de outubro de 2010


Anestesia

Bate-me.
Bate-me, magoa-me, queima-me a pele e os olhos.
Cada golpe, cada queimadura, cada corte é menor
na minha mente até não restar nada de ti. Até não restar nada de mim.
Nada a não ser o vazio maníaco da loucura, da anestesia.
O tempo já não existe, o espaço nada significa,
sou um deus, um titã primordial entregue à sua própria
loucura e à fúria dos elementos, pois após o nada, só o
chaos pode sobrevir.
Bate-me, não sabes o que crias.
 
 
Jonathan Strange

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