sexta-feira, 15 de outubro de 2010
Penso logo morro
O céu estava cinzento e a melancolia dos últimos dias anunciava o outono nas folhas volantes das árvores caducas. Isto não é como nos livros de heróis imaginários em que o medo maior é a queda do céu sobre as cabeças, porque na realidade dos meus sonhos tudo se abate e me sufoca com um peso de céu de nuvens negras. Podemos reencontrar o amor em todas as estações do ano ou até numa estação de comboio, quando olhamos para um quadro que nos diz que perdemos o último da noite. A vida é como uma partida de carnaval que pregamos a nós próprios, antes de morrermos a rir da imagem que projectamos de nós mesmos. O medo é que nos faz viver para enfrentar o medo. O medo é uma coisa medonha quando visto de dentro de nós, é a morte que nos assombra mesmo quando já não sabemos ter medo. Um dia perdemo-nos de nós e saímos da trincheira; e corremos de espingarda em punho direitos às linhas inimigas com a ideia de que vamos morrer. É a incerteza de deixarmos de ser...
Será que nos damos conta de que já vivemos quando morremos?
Joshua M.
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