sábado, 13 de novembro de 2010

Crónica Benzodiazepina


Amizade eterna

Como sentimos as amizades e quem somos enquanto amigos? Nisso, sempre fui peculiar. Sou uma amiga eterna. Os sentimentos que me conduzem à empatia por determinada pessoa cristalizam em mim e para sempre vivem, intactos. Contudo, todos sabem que a minha noção de tempo é sui generis: não telefono a ninguém com frequência, não recebo ninguém com frequência, não “cultivo” de uma forma convencional as minhas amizades. Curiosamente, aqueles que apesar dessa disformidade temporal se mantêm como amigos sabem que me têm eternamente, não da “boca para fora”, mas, efectivamente, para a hora do aperto também. Gosto do tipo de amiga que sou, pessoa sem género, coerente, ausente de uma forma presente. E eterna.
 
 
Lucinda Gray

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