quinta-feira, 4 de novembro de 2010
Tempo
Tempo, sem peso, nem medida certa. Tempo. Desliza como uma nota de música oleosa e negra pela coluna abaixo. Desliza, deixa um rasto húmido e negro e cai no vazio de todas as noites. O fenómeno mais curioso de todos os fenómenos. Esse o da oleosidade do tempo. O da musicalidade, também. O tempo tem som e não é o tic-tac do relógio que o define, nem a cantoria das horas. Não creio tratar-se de um simples somatório de segundos. Acredito que se movimenta em espiral. Por vezes, um minuto pesa uma tonelada, estende-se como se de horas se tratassem. Outras, voa como penas de pássaro à solta. São as voltas, o rodopio da própria dança vital que o provoca essa balança que busca o eterno equilíbrio.
Lucinda Gray
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