sexta-feira, 14 de maio de 2010
As above, so below
Principle of Correspondence (from the Emerald Tablet of Hermes Trimegistus)
A partir da segunda estrela da direita, sempre em frente, até encontrares a madrugada, dizia Peter Pan. Não há que enganar! Referi eu baixinho para com os meu botões. É só ter cautela, não acordar os piratas, fintar o crocodilo, ter bons pensamentos e... up, we go! Porquê temer o que nos parece fácil? Como se não o merecêssemos. Sim, merecemos, e aquilo que nos parece bom e fácil poderá ser apenas aquilo que a nossa natureza profunda reclama como adequado. Não me refiro ao "circo dos sentidos". Esse providencia-nos os pólos opostos, electrizantes: que à semelhança do malabarista temos de aprender a domar. Nesse circo, o da vida, não nos podemos dar ao luxo de não conhecer os bastidores, de não servir um público até o superarmos, ou nos superarmos. Não nos podemos dar ao luxo de não conhecer o palhaço sem pintura ou máscara. Temos que ir aos confins dos baús, erguer e desmontar a tenda, contar os tostões e partir. Podemos então seguir caminho com a disposição de um certo palhaço que morreu com um "sorriso ao pé das escadas". Henry sabia. Sabia do poder da música, do poder da cor, do calor anexo ao cheiro das pipocas, do apelo pelo exótico, do vício das palmas, da adição pelo reconhecimento e do poder enganador da falsa liberdade.
Lucinda Gray
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