quinta-feira, 6 de maio de 2010


Fogo-fátuo Arde

Fogo-fátuo arde-me no peito, por azul o dizem frio. Arde, como a mais carmim de todas as labaredas, mas é azul. Azul petróleo. Misto de verde e azul. Fruto da combustão da morte que exala dos pântanos. Sorte que me faz amar o nevoeiro. O mesmo, aquele, que todos, quase todos, salvo os Sebastianistas, temem. Amo em azul esse nevoeiro, que procuro pintar ao meu redor. Protector natural, envolvente, como um pai carinhoso. Nevoeiro que me protege da metade divina que não sou. Não possuo. Fogo-fátuo arde-me no peito e amo o nevoeiro.

Lucinda Gray

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